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terça-feira, 26 de julho de 2011

A Psicologia Cientifica vs. a psicologia popular ou do senso comum.

O termo Psicologia é várias vezes usado de forma errada, todos nós somos dotados de senso comum, mas o senso comum e a psicologia são diferentes. Talvez por isso seja interessante esclarecer do que trata a psicologia e defini-la enquanto ciência!

A Psicologia, (psykhé, "psique, "alma", "mente" e λόγος, lógos, "palavra", "razão" ou "estudo") como anteriormente explicado "é a ciência que estuda o comportamento (tudo o que organismo faz) e os processos mentais (experiências subjectivas inferidas através do comportamento)". O principal foco da psicologia encontra – se no indivíduo.
A psicologia científica, não deve confundir-se com a psicologia do senso comum ou psicologia popular. A psicologia popular ou do senso comum é o conjunto de ideias, crenças e convicções transmitidas culturalmente e que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam.
Na filosofia, o senso comum (ou conhecimento vulgar) é a primeira suposta compreensão do mundo resultante da herança de um grupo social e das experiências actuais que continuam a ser vividas. O senso comum descreve as crenças e proposições que aparecem como normal, sem depender de uma investigação detalhada para alcançar verdades mais profundas como as científicas.
Existem pessoas que confundem também senso comum com crença, o que é bem diferente. O Senso comum é aquilo que a nós aprendemos no nosso dia a dia e que não precisamos de aprofundar para obtermos resultados.
Logo, o senso comum é, um acto de agir e pensar que tem raízes culturais e sociais. Na filosofia, mais especificamente em epistemologia, crença é uma condição psicológica que se define pela sensação de veracidade relativa a uma determinada ideia a despeito de sua procedência ou possibilidade de verificação objectiva. Logo pode não ser fidedigna à realidade e representa o elemento subjectivo do conhecimento. Pode também ser entendida como sinónimo de e, assim como qualquer manifestação de , acompanha absoluta abstinência à dúvida pelo antagonismo inerente à natureza destes fenómenos psicológicos e lógica conceitual. Ou seja, tendo a /crença, é impossível duvidar e crer ao mesmo tempo. Platão, iniciador da tradição epistemológica, opôs a crença (ou opinião - "doxa", em grego) ao conceito de conhecimento como modelo de explanação contrário às premissas relativistas sugeridas pelos sofistas que abordavam as crenças/opiniões e o conhecimento de forma indiscriminada reduzindo a verdade à conjectura de interesse individual.

É necessário perceber que a psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo).
Interessa então enumerar os termos pelos quais a psicologia científica se rege:
1.       Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objectivo, baseado em fatos empíricos.

2.       Pelo seu objecto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde.
3.       Comportamento é a actividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem. Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção - ao contrário, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto.
4.        Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona - pensar, planear, tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua base.
Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objecto de estudo.
Como os processos mentais não podem ser observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrição, explicação e previsão (mesmo as novas técnicas visuais da neurociência que permitem visualizar o funcionamento do cérebro não permitem a visualização dos processos mentais, mas somente de seus correlatos fisiológicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto os processos mentais se desenrolam).
Descrever o comportamento de um indivíduo significa, em primeiro lugar, o desenvolvimento de métodos de observação e análise que sejam o mais possível objectivos e em seguida a utilização desses métodos para o levantamento de dados confiáveis. A observação e a análise do comportamento podem ocorrer em diferentes níveis - desde complexos padrões de comportamento, como a personalidade, até a simples reacção de uma pessoa a um sinal sonoro ou visual. A Personalidade pode ser definida como o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social do indivíduo. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo, é como uma impressão digital psíquica. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não o conceito científico aqui tratado.
A psicologia parte do princípio de que o comportamento se origina de uma série de factores distintos: variáveis orgânicas (disposição genética, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligência, motivação, etc.) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). As previsões em psicologia procuram expressar, com base nas explicações disponíveis, a probabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrerá ou não. Com base na capacidade dessas explicações de prever o comportamento futuro se determina a também a sua validade. Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido. Essa é parte mais prática da psicologia, que se expressa, entre outras áreas, na psicoterapia.
A psicologia usa em parte o mesmo vocabulário, que adquire assim significados diversos de acordo com o contexto em que é usado. Assim, termos como "personalidade" ou "depressão" têm significados diferentes na linguagem psicológica e na linguagem quotidiana.
A própria palavra "psicologia" é muitas vezes usada na linguagem comum como sinónimo de psicoterapia e, como esta, é muitas vezes confundida com a psicanálise ou mesmo a análise do comportamento.


Interessa também esclarecer que o termo parapsicologia, ligado ao vocábulo paranormal, não se refere a um conceito ou a uma disciplina da Psicologia; trata-se de um campo de estudo não reconhecido pela comunidade científica.

O significado do simbolo da Psicologia, o Psi

            O símbolo adoptado pela Psicologia corresponde a vigésima terceira letra ou à penúltima letra, do alfabeto grego, vindo antes da letra Ómega (fim), cujo significado é PSI. A este prefixo “PSI” adicionou-se o sufixo “QUE” formando a palavra “PSIQUE”, que significa: estudo da alma. A etimologia da palavra mostra-nos que a psicologia surgiu como o estudo da alma: psiché (alma) + logos (razão, estudo). Na etimologia da palavra grega psiché, está a palavra grega psicheim, que significa “sopro” (o sopro de vida ou o sopro da alma), sendo este mais um motivo, para associar aos primórdios do estudo daquilo que nos torna humanos.
No entanto, talvez seja, importante recorrer à mitologia grega, para tentar explicar a utilização do símbolo “PSI” (Ψ maiúscula, ψ minúscula). O símbolo “PSI” é ainda a representação do tridente do deus da mitologia grega, Poseidon, primogénito de Cronos e Réia. É interessante notar, como a mitologia de Poseidon remete à Psicanálise de Freud: Cronos – que, em resumo, havia castrado seu pai, Úrano, a pedido de sua mãe, Gaia, dando origem à Afrodite, deusa do amor – era casado com sua irmã Réia e devorava seus filhos, até o nascimento de Zeus. Também em semelhança à Psicanálise, pode-se argumentar que, na mitologia grega, com a vitória dos deuses do Olímpio sobre os Titãs, o mundo foi dividido em três reinos: as águas e os oceanos, os céus e a terra, e o inferno; cabendo a Poseidon o domínio sobre as águas, os riachos, os lagos e as profundezas dos oceanos. É nestas profundezas que está a associação de Poseidon com a psique do modelo Freudiano, através do complexo de Édipo, descrito na fase fálica do modelo psicanalítico.
O complexo de Édipo é a identificação, com o progenitor de mesmo sexo. Segundo Freud o menino deseja nessa fase ter a mãe só para si e não partilhá-la mais com o pai; ao mesmo tempo, ele teme que o pai se vingue, castrando-o. A solução para esse conflito consiste na repressão tanto do desejo libidinoso em relação à mãe como dos sentimentos agressivos para com o pai; num segundo momento realiza-se a identificação do menino com seu pai, o que os aproxima e conduz, a uma internalização por parte do menino dos valores, convicções, interesses e posturas do pai. O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego e na socialização dos meninos, uma vez que o menino aprende a seguir os valores dos pais. Essa solução de compromisso permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por o menino poder possuir a mãe indirectamente através do pai, com o qual ele se identifica) sejam parcialmente satisfeitos.
O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, mas menos intenso. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pénis (al. Penisneid); ela sente-se castrada e culpa a própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível.
Freud usou o termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo "complexo de Electra".
Na realidade o resultado da resolução do complexo de Édipo é sempre uma identificação com ambos os pais e a força de cada uma dessas identificações depende de diferentes factores, como a relação entre os elementos masculinos e femininos na predisposição fisiológica da criança ou a intensidade do medo de castração ou da inveja do pénis. Além disso, a mãe mantém em ambos os sexos um papel primordial, permanecendo sempre o principal objecto da libido
Este símbolo aparece também relacionado com três teorias fundamentais para a psicologia; a teoria comportamental, humanista e cognitiva, reforçado a força do comportamento, do pensamento e da personalidade.
No entanto interessa relembrar que a psicologia só surgiu como ciência no século XIX, com o contributo de Wundt. Até aí, o que se pode considerar hoje como psicologia estava no âmbito da filosofia, no entanto desde cedo que o Homem se interroga acerca do mundo que o rodeia, mas também acerca dele próprio. Questões filosóficas como: "O que é o Homem?", "Qual o papel do ser humano no mundo?" e "Porque é que existe o bem e o mal?" podem ser consideradas como os primórdios da psicologia.
Genericamente, a psicologia enquanto disciplina científica é definida como a ciência que estuda os comportamentos e os processos mentais. O comportamento é algo que fazemos, é uma acção que podemos observar. Os processos mentais são experiências internas e subjectivas que inferimos do comportamento: sensações, percepções, sonhos, lembranças, pensamentos, crenças.
São estes os novos objectos de estudo da psicologia que lhe conferem o estatuto de ciência. Assim sendo, o correcto, será creditar a escolha da letra PSI às origens da palavra psicologia, que surge entre os anos de 1530 e 1590, seja na obra perdida do humanista croata Marko Marulić, Psichiologia de ratione animae humanae – da qual resta apenas a menção numa listagem de obras por um contemporâneo seu – ou na obra Yucologia hoc est de hominis perfectione, anima, ortu, do lexicografo alemão Rudolph Göckel.
Remetendo-nos ao século XVI para descrever estudos filosóficos da alma, a palavra psicologia só vem a tornar-se usual na Alemanha e na França no século XVIII, e na Inglaterra no século XIX, o termo psicologia, oriundo das palavras gregas ψυχή (psiché, alma) e λόγος (logos, estudo/saber), em substituição às palavras “estudo da alma” nos tratados académicos europeus que deram origem ao estudo da Psicologia enquanto ciência independente, faz sentido a escolha da primeira letra grega que forma o termo psicologia para ser o símbolo desta ciência.
 Hoje, o símbolo “PSI” representa o tripé que sustenta a ciência do comportamento nas suas três vertentes: A corrente comportamentalista, a corrente psicanalítica e a corrente humanista.

O Supremo Espírito

Para mim uma das melhores musicas...para quê mais palavras!



O Supremo Espírito